Ontem estreamos o nosso “Clube do Livro Sem Fio” com o Hangout ao vivo sobre o livro “Conecte-se ao que Importa”, de Pedro Burgos. Segue a íntegra do vídeo:
Se você está em seu dispositivo móvel, talvez seja melhor acompanhar somente o áudio do papo. Assim, dispobilizei-o no Podsemfio n.168. Acesse-o e ouça aqui.
Racismo nas redes sociais
Durante o hangout foi levantado um ponto que me deixou pensativa o resto do dia, e por isso mesmo, resolvi voltar ao assunto aqui no blog por texto mesmo, para estender a questão ouvindo a opinião de vocês: as manifestações de ódio e injúria nas redes sociais.
No último feriado correu pela web a notícia dos ataques ao Facebook da atriz Taís Araújo. Eu estava online quando o ataque tinha acabado de acontecer e consegui acompanhar a enxurrada de mensagens dirigidas à moça, uma mais asquerosa que a outra. É isso que boa parte das pessoas que viram os posts caluniosos pensou: “esse país está cada vez mais pior, mais nojento… por que fazem isso?”
Comecei a me perguntar por que os ataques se dirigiram a uma única pessoa, a único post, a uma única foto e naquele momento. Fiz uma série de posts no Twitter. Segundo um seguidor, é comum que adolescentes se organizem para promover tais atos, “tacar o terror” e ganhar atenção. Ficou evidente que se tratava de uma ação orquestrada por grupos que se organizam em redes sociais para executar as postagens em massa. Ah, a adolescência…
É isso que trolls fazem há mais de uma década na web, seja em blogs ou redes sociais. E aquela velha máxima continua mais válida do que nunca: “não alimente os trolls!”
Notem que não estou negando a existência de racismo no país. Vocês são inteligentes para compreender onde quero chegar, mas é sempre bom esclarecer. Estou falando de ações específicas de pessoas ou grupos que necessitam desesperadamente de atenção. Quanto mais polêmica a pauta — política, religião, racismo, feminismo, etc. — maiores as chances de se direcionar os ataques à famosos ou expoentes desses assuntos na web.
Um dia será um negro famoso, outro dia um ativista, outro dia um radical de esquerda ou de direita ou uma gostosona de novela… não importa. A mídia noticiará em massa e os trolls ficarão felizes com a atenção ganha.
Durante meu programa de rádio ano passado com o Wille, expliquei em várias ocasiões o que significam as redes sociais para adolescentes. Até hoje, volta e meia chega um email de uma mãe desesperada por descobrir o que seu filho(a) tão doce e inocente faz em perfis web afora.
Por isso que me pergunto se ações orwellianas (como disse o Luciano Pires) como o aplicativo que se propõe a monitorar redes sociais não são um tiro que sairá pela culatra, gerando um frenesi adolescente do tipo “oba, vamos ganhar um aplicativo!”
Será que Morgan Freeman tem razão sobre a melhor maneira de combater o racismo? Gostaria de saber a opinião de vocês…